"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada." - Clarice Lispector



terça-feira, 8 de junho de 2010

Fim.

É engraçado, é estranho, é inevitável. Hoje eu não vejo tanta graça, hoje se tornou uma coisa comum. Você pra mim é problema seu. Você é só mais alguém com quem eu converso coisas banais, com quem eu não dou mais gargalhadas. As coisas que você me conta já não são interessantes e é um tédio ter que agir como se tudo estivesse bem quando tudo definitivamente não está bem. As vezes me pego pensando em tudo que foi e parece que nada teve tanto valor. Uma vez ou outra sinto como se pra mim tivesse sido mais importante do que para os demais. Me vejo em uma história que me trouxe coisas boas e que junto com tais coisas me trouxe dúvidas. Talvez a minha única certeza de hoje seja que não, não se pode forçar sentimentos. Eu gosto do novo, do que não é rotina. Gosto do que me cala e eu já sei exatamente o que dizer quando sinto você se aproximar, um 'oi' meio sem graça. Te procuro com os olhos apenas para me certificar que eu não bati a cabeça e tive alucinações, apenas para ter a certeza de que o meu passado realmente aconteceu. Uns anos se passaram e eu continuo a te dar aquele velho 'oi', aquele fraco abraço, aquele olhar que não demonstra nada a não ser indiferença. Você pode acreditar que tudo acabou? Você não enxerga em mim o que eu enxergo em você?
Espero ser assim para sempre, espero nunca passar os meus pensamentos através de um olhar. Ele diria tanto e te contaria tudo sobre mim. Não, não preciso que você saiba de nada. Eu fui intensa, completa, sem passado ou futuro. Eu consegui ser o teu presente, assim como você foi o meu. Mas chegou. Chegou aquilo que eu já esperava por não saber te ver como você me via. As coisas acabam, inevitavelmente acabam. O problema seja talvez que eu ainda penso em tudo, ainda penso nas coisas, ainda penso em você. Depois disso, eu volto para mim, volto para o meu mundo e simplesmente te esqueço, como sempre fiz. Não é que eu não queira, mas eu não preciso de alguém. Eu não preciso de você, não agora.

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Três beijinhos :*

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