"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada." - Clarice Lispector



domingo, 26 de setembro de 2010

O tempo.


O tempo voa como vento, passa, vem, volta, vai, mas nunca fica. Tenho olhado fixamente as horas, os ponteiros do relógio. O vazio dentro de mim faz com que a espera machuque, estou desoladamente esperando alguém que não virá, é uma espera em vão e o que traz lágrimas ao meu rosto é saber disto. Ouvi um adeus que chegou ao meu gélido coração, olhei para as mãos, como mania de sempre, sem a certeza do que escutava mas era realmente a sua inconfundível voz rouca se despedindo friamente de mim. Esperar-te-ei por toda minha vida, mas apenas se a sua demora não for grande porque demora cansa e demora destrói sentimentos. O tempo volta? A minha vontade de você seria maior, meu amor seria percebido de longe e eu te olharia por horas sem pedir que dissesse nada, apenas olharia para que hoje tivesse as lembranças que não tenho, dos teus olhos nos meus. Mas o tempo não volta, o passado se fez e você não está mais presente, eu não tenho a tua mão na minha e não tenho o aconchego que tinha quando o teu abraço era destinado somente a mim e quando o teu mais sincero sentimento era meu. O tempo veio, passou, se foi e sabendo que o tempo acontece apenas uma vez, eu preciso te perguntar; você volta?


Dezbeijos :*

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